Lia Mariana Oliveira
Um tanto complicado escrever em uma coluna de jornal, mas penso que nada se compara ao orgulho de ter alcançado o sonho de muitos jovens: uma faculdade pública.
Sou filha de pais separados, José Silva Santos, que trabalhou muitos anos em Itaituba, porém agora reside em Salvador e Terezinha dos Santos Oliveira, a qual ainda hoje presta serviços para Itaituba, trabalhando na Sespa com o setor de TFD.
Nasci em Itaituba no ano de 1990 e minha vida escolar se iniciou nesta cidade. Estudei todo o pré-escolar na instituição “Semente do Saber”, em seguida, devido à transferência de minha mãe para a cidade de Santarém, continuei meus estudos na escola “Brelaz Batista” a qual permaneci até a 4ª série do ensino fundamental. No ano 2000, cursei a 5ª série no colégio “Santa Clara”, esta sendo minha última escola na cidade. Em 2001, minha mãe e eu voltamos a morar em Itaituba, onde estudei novamente no “Semente do Saber” e conclui o último ano do ensino médio na escola “Isaac Newton”, terminando assim, no ano de 2007.
Havia prestado vestibular quando concluí meus estudos, porém não fui bem sucedida. Acredito que ao final do ensino médio, a maioria dos adolescentes ainda não tem uma visão consciente do que significa um ensino superior. Eu me encaixava neste grupo. Depois de ser reprovada no vestibular, eu me senti incapaz, então passei todo o ano seguinte (2008) apenas trabalhando na loja “M.N. Celular”, a qual devo enfatizar, me serviu de aprendizado e me fez perceber o rumo que queria/deveria tomar em minha vida.
Em agosto de 2009 tomei, se não a maior, uma das maiores decisões que um adolescente pode tomar, decidi mudar-me para Santarém, sair da “aba” de minha mãe, dividir um apartamento e me empenhar ao máximo para passar no vestibular. Fui matriculada no curso pré-vestibular “Equilibrium” e estudei durante quatro meses, onde (sem a menor modéstia) estudei fervorosamente, dediquei todos os meses, semanas e dias aos meus estudos. Estava decidida a fazer valer a pena cada mensalidade paga pela dona Terezinha durante meus anos de escola.
Sabem qual o mais interessante disso tudo? O que todos ainda chamam de clichê, eu vivi. Empenhei-me, estudei e passei! O que eu mais queria tornou-se possível graças ao meu esforço. No começo de 2010 recebi os resultados dos vestibulares que prestei. Passei para Sistemas de Informação na Universidade Federal do Pará, em Direito na ULBRA, em Rede de Computadores no IESPES, ganhei bolsa integral pelo PROUNI para: Direito (ULBRA) e Engenharia Mecatrônica em Salvador. Ah, a propósito, passei também no concurso público da Infraero, o qual era para cadastro de reserva e ainda hoje espero ser chamada.
Enfim, hoje, após completar meu 20º aniversário, divido um apartamento com três primos, estou terminando meu primeiro ano de Fisioterapia na Universidade do Estado do Pará e afirmo para quem estiver interessado em saber: Não importa de onde você veio, é importante apenas quem está torcendo por você e quão longe você quer chegar, concentrem-se nessas pessoas, no meu caso, mais que todos, a dona Terezinha (minha mãe), e faça por merecer, dê o máximo de si, a recompensa é SIM, impagável. Agradeço a minha família Oliveira e a todos que acompanham este jornal. Um grande abraço de uma universitária e futura fisioterapeuta.
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